Antes de há muito
já existia a poesia
Num sussurro do vento
E no toque de uma palavra
O urro descompassado
Abriu-se ao luar
E a noite caiu
Calentosamente coberta
Saiu-se ao caminho
o pé ante pé
pelas encostas, pelas
frestas e pelas veredas
O sorriso aceso
que faz morada
A flor erguida
no transpirar do orvalho
A partida de uma nova
chegada, o adeus do dia
O novo que chega para
depois acenar
O suspiro erguido
na vaguidão do tempo
A espera da caça
no descampado habitado
Há muito o silêncio
diz o indizível
E se colhe o dia
com o olhar no horizonte
quinta-feira, 19 de abril de 2012
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