sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Alguém para amar

Quando cai a noite
Os olhos cansados relaxam
E os sonhos tornam-se realidade
No mais tardar da escuridão

A procura do ausente
na indiferença do diálogo
Imaginações edificam
O impossível acontece

A súplica da noite cheia
O chamado pelo amante
que não ouve, não vê,
não sente, não ama

Alguém para amar
E o pensamento perde-se
entre as frestas do olvido
Não há ninguém mais na sala

As palavras aparecem
As frases ganham sentido
As emoções evaporam-se
pelos lacrimosos caminhos.

sábado, 8 de setembro de 2012

O suspiro

Suspirei para não gritar
ante o impacto da vida
Não poderia me desfazer
do presente tão guardado

Passou-se um dia
Veio outro, mais outro
E o mesmo sonho vingava,
diferentemente, outro

Ele foi realizado
de várias maneiras,
mesmo que ninguém mais
o tenha visto

A suavidade do tempo
vigora em tênues abraços
e risonhas bocas,
mais leve do que macio

A cada sussurro,
O vento expandiu
a fragrância ditosa
de abrir os olhos.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Amor

Posso ver nos olhos
o brilho
ofertado sem pedido
nem medido
do momento que estou
presente

E ausente,
como uma folha
a cair
ao solavanco do vento,
Encontro novo
caminho de mim.

A voz alegre
que acaricia
mostra a cura
de dores
muitas, no inexorável
desbotamento.

O verde verdeja verdejante
as cores
tornam-se pulsantes
é luz
demais nos olhos
em torno do que há.

As palavras chegam
dispersas tanto
formam um todo soante
Prendem-se
no fio invisível
indelével das fragâncias.

sábado, 2 de junho de 2012

Poderia dizer que estou triste,
mesmo sabendo da diferença
de ser e estar, de ir e vir,
Sou alegre, carrego comigo
minhas líricas vicissitudes.

Entrego-me ao pensamento
do passado inexiste,
E comprovo que ele existiu,
Perdura para o sempre
sem qualquer esforço.

Mais lágrimas caem
da face acalorada
A constatação é a única
desimportante
Meus olhos brilham.

Não se deve evitar a dor
por medo do ferimento
Frente à vida
tudo é pequeno
e humano.

Poderia dizer que estou triste,
mentindo, quando fosse o
inverso sentido,
Mas já está dito
Já está feito. Já é.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sentir o próprio corpo
com estranhas dores
Como se as de si
já não fossem o bastante

Mas no mundo tudo cabe
a galáxia é imensidão
E o que não posso ver
vive independente de mim

Cheios de boas vontades
mãos e pés se movem
levam para outro lado
levam para abaixo da terra

A escolha é trabalho
árduo, há vozerio
pelos descampados
Escuto a voz de mim

Nada quero ter
a não ser a liberdade
E poder ser contrária
a qualquer máscara

Minha vista se enubla
e um lago insurge
Contemplo o reflexo
no centro formado

Sinto o quanto sou
não podem as palavras
Todos não me virão
Todos não me darão a mão

O exato pontua a medida
Além da montanha
o deserto é ilusão
Abro-me à alegria

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Antes de há muito
já existia a poesia
Num sussurro do vento
E no toque de uma palavra

O urro descompassado
Abriu-se ao luar
E a noite caiu
Calentosamente coberta

Saiu-se ao caminho
o pé ante pé
pelas encostas, pelas
frestas e pelas veredas

O sorriso aceso
que faz morada
A flor erguida
no transpirar do orvalho

A partida de uma nova
chegada, o adeus do dia
O novo que chega para
depois acenar

O suspiro erguido
na vaguidão do tempo
A espera da caça
no descampado habitado

Há muito o silêncio
diz o indizível
E se colhe o dia
com o olhar no horizonte

quinta-feira, 12 de abril de 2012

É o poder da visão mais forte
sim, mais forte
E tudo é presença
bem perto, pertinho
Conjunto único
é inigualável
E posso sorrir
tão alegre

A fadiga não impede
é insuficiente
Ante a prova
que é a vida
E, assim, prosseguir
ir em frente
Os caminhos aparecem
andar novamente e de novo

É fácil amar
sentir-se em si e noutro
Pensar na complexidade
o simples diálogo
Em expansão se consome
é a harmonia de vozes
O mundo é casa perene
Acaba-se a construção

Muda o tempo
a terra gira
As lembranças confundem o sentir
Recordar é viver
Estar em si é fechar-se
Abrir-se para ver
Algo permanece indelével
É inexpugnável ser outra

quinta-feira, 29 de março de 2012

Margem

À margem está a unidade
daquilo que nunca será inteiro
Em partes resguarda-se
o todo

Saberia alguém a outra metade
se não tem um?
O mar profundo beira
o céu

Avante a dor cega
enquanto escorre o sangue
A escuridão avança
no luar

São os olhos perspicazes
e os pensamentos fundamentais
e as vozes humanas
Outro canto

De hoje em diante não saberei
o ontem, o amanhã, o hoje
A linha é tênue
Vida

O limite onde há?
O espaço é assaz pequeno
Desmagnetizado o tempo
Liberdade

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ajuda

Quando se precisa de uma mão
e dão-lhe pedras
Pergunta-se: Onde está o humano?

Vitupério do dia perdido
As estrelas, na face, brilham
Há luz dentro de si.

Lentamente as horas mortas
São o sepulcro do segundo
de todos eles

Amar? Ser? Plenificar?
Os gestos comedidos são
o dia findo.

Fingida a dor morre
É preciso viver a vida
Há braços que amparam

Cerra-se o punho da discórdia
Aplaca-se a ira insurgente
A paz enobrece o ânimo / os ânimos

sábado, 10 de março de 2012

O chamado

Há um som silente
nas esferas absortas
no espaço
Une círculos distantes
formando o quadrado

Olhar de véspera
demiurgo
Perde-se nas brumas
das ilusões
Fumaça extingue-se

O sol cega
queima
Fagulhas consomem-se
Deserto inóspito
do oásis mais próximo

Vem o chamado
na abertura da fenda
Abriu-se todo
o cômodo
ao tamanho da casa.

O redor move
as estações
imutáveis
Lançada a semente
germina

As palavras são poucas
em nós
Escuto o silêncio cesleste
E o sim clareado
do esquecimento

Já sinto o impagável
entrevisto/intervisto
Onde resplandesce
indelével
o amor

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

9dade

Tenho novidades! Já cheguei ao número 70 e dei por encerrado. Agora, os q prestam, a terça parte. rsrsrs Não consegui postar isso no comentário. Será problema técnico, hacker ou vírus? Bem, a novidade é q tive um insight, idéia, pensamento, de escrever um diário. Sempre quis, mas nunca tive coragem. rsrsrs Primeiramente, vou comprar um diário, de nome e fato, e vamos ver no que vai dar. Atenciosamente, Raquel.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Hum

Bem, pode-se dividir: poema é paz e amor e conto é desavença e solidão. Mas, não, é brincadeira. Mas penso em poema e conto como fontes diferentes. O tom de cada um é diferente. Precisamente, comecei com conto ontem. Ao esperar um tempo para falar com um professor, fiquei escrevendo. E proseei um pouco. De repente, tanto poema e conto, serão os últimos postados aqui, já que é fácil copiarem o q posto aqui. Os contos são minúsculos pois eu não tenho prática nisso ainda. Em diferença de dois dias, a temática mudou completamente, da água para o vinho. Vá entender o ser humano!!! Atenciosamente, Raquel.

Decepção

Ela indagou-se pelo porquê do esquecimento. Soube, então, que o frio congela. Havia algo que dissera ser uma história diferente. Esqueceu-se. Fechou-se no quiasmo do diminuto ciclo possível. As histórias repetem-se. Não procure o final nem o começo. O espaço entreaberto é onde a vista mostra-se mais clara e diversa.

15/02/2012

Ciência

Após o desaparecimento repentino faccioso de seu par e as muitas ilusões desfeitas, passaram-se anos e, agora, ela constatou a mudança: "-Eu não sou aquela."

15/02/2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dia de sol

Quando o sol está caldaloso no céu, lembro-me de que a luz forte queima. Isso aconteceu com um amigo meu. Sua antiga mulher deixou-o por uma caixa de cerveja. Na verdade, ela encontrou alguém que lhe deixasse bêbada, todos os dias, suficientemente, para entender que o amor acontece em instantes inebriantes. Ele não pôde inculcar-lhe que o amor é mais do que um dia de sol com pancadas de chuvas. As lágrimas ficam para quem possa senti-las.


14/02/2012

Dizer

Falei-lhe que não poderia destoar minha vida por causa do caminho dele. Ele, urgentemente, franziu o cenho e mandou-me lavar a louça.

14/02/2012

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Hum

Não sei, quando criança, eu li muito Cecília Meireles e Vinicius de Morais. Daí gostar tanto de natureza.

O amor

Espreita-se pelas frestas do saber
O que não aparece frente a frente
Espera-se a resolução do que
a matemática não pode calcular.

Em qual passo encontra-se
o plano para o momento seguinte?
Não há esquemas para o suceder
Nem onde se possa encaixá-lo.

O presente é dar-se, dar-se
continuamente, sempre e mais
Infindavelmente, renova-se
É flor que cresce a cada manhã.

Não há volta. Rodovia de mão
dupla. E, pelo espaço, espande-se
ao horizonte azul estrelado.
Há luz em brasa viva.

Era um dia tarde. A vez da rotina
que prende nas amarras do
cotidiano. Presos pela urgência
velada pela presença. Elo.

Esquece-se para lembrar.
Recordação vinda do aço
inexorável. Tempo atemporal
transforma a paisagem.

Sentidos espalham-se
aos ares. Corpos tecidos,
presentes em distintos
tons. Chega(m)-se. Agora.

12/02/12

Por vezes

Há vezes que o fim parece próximo
E a estrada se finda em seguida
No novo passo, o caminho muda
Já é uma nova voz soerguida.

Diligentes pés cansados
resvalam-se em pedras
chegam ao jardim sortido
descansam na sombra da árvore.

Ar chega levemente
O sussurro diz
O frescor apazigua
As flores são lápiz de cores

A sede é a necessidade
O refrigério alimenta
o corpo que forma-se
a cada dia, qualquer segundo

É noite. O silencio se acentua
As vozes confundem-se
com a tecnologia, esquecida
do amanhã próximo.

12/02/12

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

domingo, 29 de janeiro de 2012

Novo tempo

Há um novo tempo que acorda
com sons silentes pela madrugada
e, pelo dia, as sonatas
os ouvidos mais atentos.

Muda-se por mudar a fachada
não é mesmo que alterar a estrutura
Há de ser quem é
onde for, quando for, com quem for.

Quanto mais mudo
percebo que sou a mesma
Encontro-me sempre
nunca, às vezes e quando.

É preciso esquecer
para lembrar
Brinca-se no tempo quem
procura por si sem ideais.

A cada escolha um novo caminho,
outro caminho, sem caminho; a cada caminho,
uma escolha, outra escolha, fluente escolha,
nenhuma escolha, nenhum caminho.

Em pensar que a flecha para o alvo
não é reta retilínea, assim, a vida.
A unidade é o tecido orgânico
junto ao inorgânico da esfera. do plano.

29/01/2012 - 22:31

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sorriso

Sorrio para chorar em seguida

Deixar as lágrimas rolarem pela face

Conter aquilo não revelado e apontar

Para a trilha paralela ao coração.


E, nos olhos, florescer a condolência

Ter em mãos afincos e projetos

Sonhados, pensados, manuseados

Tão distantes, tão pertos, tão nunca e sempre.


Se entremeio e aflora a dor

Na surdina intervalam cores

Mais que um simples acerto

Ou erro esporádico que salpica.


Sorrio tênue entre eu e o mundo

Vejo a cortina que tampa a fresta

Quando bate o vento descortina

Aparece o muro separador na superfície.


Escuto os carros que passam silentes

Sons de músicas de uma mesma batida

Concentro-me naquilo que posso

A deixar-me seguir em solidão.

16/05/2010


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Reconsideração

Não terminarei o blog, mas colocarei várias coisas do (s) meu (s) pensamento (s), além do poema, poesia. Vamos ver no q vai dar!!!