Sorriso
Sorrio para chorar em seguida
Deixar as lágrimas rolarem pela face
Conter aquilo não revelado e apontar
Para a trilha paralela ao coração.
E, nos olhos, florescer a condolência
Ter em mãos afincos e projetos
Sonhados, pensados, manuseados
Tão distantes, tão pertos, tão nunca e sempre.
Se entremeio e aflora a dor
Na surdina intervalam cores
Mais que um simples acerto
Ou erro esporádico que salpica.
Sorrio tênue entre eu e o mundo
Vejo a cortina que tampa a fresta
Quando bate o vento descortina
Aparece o muro separador na superfície.
Escuto os carros que passam silentes
Sons de músicas de uma mesma batida
Concentro-me naquilo que posso
A deixar-me seguir em solidão.
16/05/2010
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