terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sorriso

Sorrio para chorar em seguida

Deixar as lágrimas rolarem pela face

Conter aquilo não revelado e apontar

Para a trilha paralela ao coração.


E, nos olhos, florescer a condolência

Ter em mãos afincos e projetos

Sonhados, pensados, manuseados

Tão distantes, tão pertos, tão nunca e sempre.


Se entremeio e aflora a dor

Na surdina intervalam cores

Mais que um simples acerto

Ou erro esporádico que salpica.


Sorrio tênue entre eu e o mundo

Vejo a cortina que tampa a fresta

Quando bate o vento descortina

Aparece o muro separador na superfície.


Escuto os carros que passam silentes

Sons de músicas de uma mesma batida

Concentro-me naquilo que posso

A deixar-me seguir em solidão.

16/05/2010


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